domingo, 19 de setembro de 2010

5 Entrevista à Sr.ª Paula Botelho - Representante da A.F.P.D. em Santa Maria

Foto cedida pela Sr.ª Paula
Após a implementação da modalidade do Futsal na Ilha de Santa Maria no ano de 2007 pela Associação de Futebol de Ponta Delgada no âmbito federado e, tendo esta mesma Associação numa primeira fase delegado funções no Sr. Rui Andrade para ser seu representante naquela ilha, surgiu nesta época desportiva que está prestes a se iniciar um volte-face neste cargo pois o até agora representante da A.F.P.D. recusou a sua permanência à frente do cargo por, segundo o que apuramos, razões meramente pessoais e profissionais.

Assim, a A.F.P.D. decidiu encetar o convite à Sr.ª Paula Botelho, Treinadora e Árbitra de Futsal, para colmatar a vaga deixada pelo anterior representante e assim ficar à frente dos destinos do Futsal na Ilha de Santa Maria como representante máxima da Associação.
Após entrarmos em contacto com a Sr.ª Paula Botelho para lhe colocarmos algumas questões, a mesma aceitou de pronto o nosso repto o qual deixamos aqui a respectiva entrevista:

António Soares – Sendo a modalidade de Futsal uma modalidade recente na Ilha de Santa Maria, implementada em 2007, explique-nos um pouco como surgiu a mesma e o porquê do Futsal e não do Futebol de onze.
Sr.ª Paula Botelho - O futsal tem óbvias vantagens em relação ao futebol, principalmente se tivermos em conta a dimensão da ilha e o número de habitantes. Além disso, na altura do arranque, quase não haviam condições para a prática de futebol de 11 pois o campo municipal, além do piso ser de pó de pedra, estava muito degradado. A juntar a tudo isto, a fraca expansão que a modalidade de futsal vinha a demonstrar na ilha de São Miguel e mesmo nos Açores, ditou que a aposta fosse dirigida para o desporto de pavilhão.

A.S. – Quais são, na sua opinião, as principais vantagens e desvantagens da modalidade em relação a outras que são praticadas na Ilha?
P.B. – Duas grandes vantagens. A primeira é a de que qualquer criança, logo depois de aprender a andar, começa a pontapear uma bola. Depois, há a massificação do futebol que, apesar do que se pensa tem poucas semelhanças com o futsal, mas que também se joga com os pés. No entanto, o futsal tem de lutar com as modalidades já instaladas na nossa ilha e que, além dos maiores apoios do governo regional para a formação de atletas, tem almejado grande sucesso, com o andebol a colocar uma equipa na 3ª divisão nacional, e o voleibol com uma equipa na divisão A2.

A.S. – Entrando agora um pouco nas funções que desempenha, quais são concretamente as funções de um representante da A.F.P.D. ( Associação de Futebol de Ponta Delgada) em Santa Maria?
P.B. – Serve de meio de ligação entre os clubes associados e a associação. Além disso, sente mais de perto as necessidades dos próprios clubes e da modalidade no contexto em que se insere. O representante é também responsável pelo bom funcionamento das competições locais e pelo leque de árbitros a exercer funções em Santa Maria. Outras funções são inerentes ao cargo mas no global é isto que faz o representante da AFPD.

A.S. – Pelas informações recolhidas, o Sr. Rui Andrade foi até à ultima época desportiva o representante da A.F.P.D. em Santa Maria. Que balanço faz da prestação do mesmo?
P.B. – Fez por tentar divulgar e promover a modalidade. Foi elemento apaziguador nas relações sempre problemáticas entre os próprios clubes e entre os clubes e a arbitragem.

A.S. – Como surgiu a ideia de se tornar a representante da A.F.P.D. e porque avançou para o cargo?
P.B. – Não fiz por isso. O convite surgiu um pouco de surpresa mas não demorei muito a dizer o sim porque penso que posso ajudar a promover a modalidade na qual sou treinadora e árbitro e nutro alguma paixão.

A.S. – Falando um pouco da modalidade em si, quantos Clubes federados existem na ilha e qual o numero de atletas federados da modalidade?
P.B. – Clubes associados da AFPD são 6 na ilha de Santa Maria que datam da altura em que o futebol de 11 era uma realidade, mas apenas 4 abraçaram o futsal. No entanto, este ano a competição vai ser apenas disputada a 3. Um rude golpe nas aspirações de crescimento mas nem por isso no número de atletas praticantes. São perto de 150 atletas distribuídos por 14 equipas de escalões diferentes.

A.S. – Sendo a arbitragem um sector sempre polémico em qualquer modalidade, e tendo V.ª Exc.ª sido parte integrante do sector, como classifica esse sector?
P.B. – Como disse e bem, polémico. Não porque o trabalho realizado seja de baixo nível mas porque todos nós crescemos a olhar com desdém para o homem de preto. O ser humano raramente arca com as culpas ou consequências das suas falhas e procura quase sempre uma escapatória. É assim que entra a arbitragem. É mais fácil culpar uma pessoa, neste caso o homem do apito, quando as coisas não correm bem, do que procurar dentro de si as razões do insucesso. A colagem ao futebol de 11 é no caso da arbitragem muito prejudicial. Se é bem verdade que no futebol, uma decisão errada de um árbitro pode ditar o vencedor de uma partida, no futsal não é bem assim. O árbitro pode validar ou anular mal um golo mas em encontros que se decidem por 6 ou 7 golos de diferença, pouca influência tem. Ainda assim, os árbitros são um escape, um alvo para descarregar frustrações, o que faz da profissão, uma profissão mal amada.

A.S. – Que relação existe entre o sector da arbitragem e os restantes sectores da modalidade?
P.B. – Esta resposta vem na sequência da resposta anterior. No arranque da modalidade, foi pedido aos clubes que indicassem alguns nomes para se dedicarem à arbitragem. Foi mais fácil encontrar esses nomes junto dos treinadores, dirigentes e jogadores dos próprios clubes. Esta ligação da arbitragem aos clubes foi vista não como um elemento aglomerador mas sim promíscua. Cedo começaram as quezílias porque aquele era afiliado do outro ou porque o outro vestia da cor do adversário. Desde então tem-se tentado quebrar essa ligação entre arbitragem e clubes, mas numa terra pequena, não é algo que se consiga fazer na totalidade. Há sempre laços de família, amizade ou outros que ligam este ou aquele árbitro a este ou aquele clube. Infelizmente esta visão é uma questão de mentalidade e essa não se consegue mudar mesmo!

A.S. – Tendo aceite o cargo de Representante da A.F.P.D. irá permanecer no sector da arbitragem, ou acha que os cargos são compatíveis?
P.B. – Eu achava (e acho) que sim. No entanto, e por perceber que havia um sentimento geral entre clubes e dirigentes que eu não devia acumular as funções, optei por fazer uma pausa na arbitragem.

A.S. -  Voltando a seu cargo de representante, que medidas já tomou e quais as medidas que acha importante vir a tomar para a evolução da modalidade no futuro?
P.B. – Tenho algumas ideias mas estão ainda em fase embrionária. Tenho de as discutir a seu tempo com quem de direito. Posso ainda assim avançar que é intenção da AFPD arrancar com a competição feminina. O próprio governo regional afirmou que o crescimento das diversas modalidades devia ser feito “atacando” o sexo feminino e criou para isso regimes e apoios especiais para os clubes que apostassem no feminino. Esta é uma medida que me toca especialmente pelo faço de ser mulher e tudo farei para que a meta seja atingida. Quero ainda assim ressalvar que não é só da competência da AFPD a promoção da modalidade. Os próprios clubes tem de encontrar formas de chamar mais atletas para si e são por isso também responsáveis pelo evoluir da modalidade, uma responsabilidade da qual não se podem alhear.

A.S. – Para finalizar,  que análise faz ao Futsal em Santa Maria em termos organizativos, há estrutura que existe e ao futuro da modalidade?
P.B. – O futsal em Santa Maria está talvez no ponto mais crítico desde o seu arranque. Como disse atrás, o desaparecimento do 4º clube está a ser encarado como um retrocesso no processo de solidificação da modalidade. Ficamos reduzidos ao número mínimo de clubes com o qual é possível organizar competições. A esperança é de que esta falta seja rapidamente colmatada com o aparecimento de mais equipas de algum dos outros clubes filiados na AFPD e sediados em Santa Maria, agora que fomos brindados com uma excelente notícia, a da criação da série Açores da 3ª divisão nacional de futsal masculino. Esperamos que a presença de uma equipa da ilha nesta competição que tem arranque marcado para a época desportiva 2011/2012, seja o catalisador que faltava para impulsionar a modalidade em direcção à sustentabilidade.
A.S. – Deseja enviar alguma mensagem aos agentes desportivos marienses como Representante da A.F.P.D. numa altura em que uma nova época desportiva está prestes a se iniciar?
P.B. – Correndo o risco de me repetir, que não se alheiem das suas responsabilidades e que não coloquem em cima da associação ou da sua representante, a obrigação de fazer pela modalidade. A AFPD tem desenvolvido todos os esforços para que o futsal vingue em Santa Maria mas jamais o conseguirá sozinha.
 

Nota de Redacção: A entrevista foi realizada via e-mail através de um ficheiro "Word" com as respectivas perguntas/respostas e sem que o conteudo das mesmas tenha sido alterado. Mais se informa que qualquer erro ortográfico e/ou pergunta/resposta são da inteira responsabilidade do entrevistador e do entrevistado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Tirando 2/3 coisas k axo no minimo absurdo uma representante mencionar, o k + me deixou incredulo é alguem c exas responsabilidades dizer aki k "não se alheiem das suas responsabilidades e que não coloquem em cima da associação ou da sua representante, a obrigação de fazer pela modalidade." n entendendo exa afirmação! S uma Associação e o seu representante em determinada materia/local é a responsavel por determinada modalidade a kem é k tem obrigação de zelar pla mesma?? Os clubes não são + do k "peões" k se limitam a cumprir as regras das competições e n a geri-las tendo apenas a obrigação de cumprir as regras das mexmas e zelar pela credibilização e fortelecimento da mesma em matéria de qualidade e quantidade dos seus dirigentes/tecnicos e atletas agora a obrigatoriadade esta do lado de qualquer Associação e representante primoritariamt poix sem estes n existe competição k n seja amadora.

Anónimo disse...

Isso é dor de cotovelho, em menos palavras da entrevista que li, que nâo tem nada haver com o cometàrio do anònimo, o que li foi que "se trabalharem tudos juntos,e tuda agente assumir as suas responsabilidades que lhes cabem, sem apontarem dedo a esse ou aquele, o futsal em santa maria têm tudo para crescer e vingar".
È sempre a mesma coisa.....

Só espero que trabalhem,todos prò mesmo.

P.S: Gostei muito da entrevista, pelo menos a Sr. respondeu as preguntas.....

r.t

Unknown disse...

Não sei se o anónimo das 15:57 tem dor de cotovelo ou não, mas que concordo com ele concordo, nenhuma Associação e muito menos um Representanta da mesma deve fugir às suas responsabilidades que são muito maiores que as dos Clubes e não foi o que o Sr. R.T. diz que está explicito na resposta da entrevistada! Leia bem e verá.

Anónimo disse...

Agora precebo o porque da SR. Paula pedir aos clubes para que esses nâo fugisem as suas responsabilidades, se os clubes nâo andassem ha apanhada a epoca desportiva nao tinha começado 1 semana depois do ja agendado, e a equipa senior 2 semanas depois. Apenas porque existem clubes em sta maria que nao se entendem, e foi por essas desavenças que o futebol11 em sta maria teve o fecho que teve. Sabiam que a SR.Paula andou a "chatear" esse e aquele clube, para o facto de verem a importançia que tem uma equipa senior na serie açores?? E depois da AFPD, dar como definitivo sta maria nâo ter sèniores esta senhora, atè à ultima lutou plo escalao de seniores? ! e eis o resultado, ja quando ja se falava na do nâo haver BOOOOMMMM, ELA CONSEQUE!!!!
e voces veêm para aki falar mal,ela falou e muito bem,os clubes teêm responsabilidades, ela tem deveres!

jogador senior à 3anos.... muito prazer

Anónimo disse...

A AFPD nâo precisa duma equipa senior em sta maria, porque em sao miguel existem 11. Se sta maria nao faz entra outra de sao miguel. e as inscriçoes eram para ser entregues a 1 julho 2010,prolongaram o prazo ate 30 setembro e voltaram a perlongar ate 29 outubro. Se os clubes fossem responsaveis tinham, entregado a tempo e horas....

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